O que é a Gerontologia?
Portugal está a tornar-se um país envelhecido. Com o decréscimo simultâneo das taxas de natalidade e mortalidade, a percentagem de população mais velha aumentou, enquanto que o peso das camadas mais jovens passou a ser muito menor.
Com efeito, a esperança média de vida à nascença duplicou em menos de um século (era de 38 anos em 1920 e de 78,5 anos em 2006) (ver gráfico 2). Este aumento da longevidade traduz a revolução que se verificou nas condições de vida das populações e na melhoria dos cuidados de saúde, reflectindo-se na autonomia dos mais velhos enquanto membros activos da sociedade em que vivem. Apesar de representar um sucesso e um desafio extraordinário para a humanidade, o envelhecimento da população é visto como uma ameaça à sustentabilidade da segurança social, uma vez que o índice de dependência de idosos evolui de forma preocupante no mundo ocidental. Concretamente, Portugal é um dos países europeus onde se tem verificado uma maior subida do rácio da dependência de idosos.
O envelhecimento demográfico acarreta algumas consequências, donde se destacam o agravamento de situações de segregação, desintegração e isolamento social.
Para além disso, há factos e números que dão conta de uma realidade alarmante. Com efeito, cerca de 85% dos idosos recebe menos de 410 euros por mês. Estudos revelam que cerca de 220 mil sobrevive com pensões entre os 180 e os 225 euros mensais – rendimentos estes abaixo do valor de 300 euros por mês, correspondente ao chamado “limiar de pobreza”, definido internacionalmente.
Neste sentido, torna-se necessária uma adaptação da sociedade à realidade presente, de forma a criar condições de dignidade para estas pessoas, prevenindo comportamentos discriminatórios e revalorizando as idades mais avançadas. A pessoa idosa tem necessidades, características e peculiaridades próprias, que devem ser olhadas e atendidas.
Em 1903, Metchnicoff definiu a Gerontologia (do grego, geron=velhos + logos=estudo) como a disciplina científica que estuda a velhice e o envelhecimento, nos seus diversos contextos históricos e socioculturais. A Gerontologia trata-se, portanto, de uma área multi e interdisciplinar que visa descrever e explicar as mudanças típicas do processo de envelhecimento e as suas determinantes genético-biológicas, psicológicas e sociais.
Derivadas da Gerontologia, surgiram diversas subdisciplinas, como a Geriatria (do grego, geron=velhos + yatreia=tratamento), a especialidade da medicina que se ocupa das patologias associadas ao envelhecimento, isto é, das doenças das pessoas idosas, abordando os aspectos clínico, preventivo e terapêutico do paciente idoso; a Biogerontologia ou Biologia do Envelhecimento, que se dedica ao estudo dos processos que envolvem as modificações biológicas nos seres vivos, que ocorrem após o período reprodutivo, influenciadas pela interacção de factores genético-ambientais; a Psicogerontologia ou Psicologia do Envelhecimento, que procura conhecer o perfil psicológico das pessoas idosas, concentrando-se nos seus aspectos cognitivos, afectivos e emocionais; e a Gerontologia Social, que estuda o impacto das condições socioculturais e ambientais no processo de envelhecimento e na velhice, as consequências sociais deste processo e as acções sociais que o podem optimizar.
Em Portugal, já existem gerontólogos licenciados em Gerontologia pela Universidade de Aveiro e pelo Instituto Politécnico de Bragança, e gerontólogos sociais, licenciados em Gerontologia Social pelo Instituto Politécnico de Coimbra, pelo Instituto Superior de Serviço Social do Porto e pela Escola Superior de Educação de João de Deus.
O desafio da Gerontologia, enquanto campo de estudos e de actuação profissional, concentra-se em garantir que a velhice e o processo de envelhecimento sejam processos orientados e bem-assistidos. O envelhecimento demográfico deve ser, então, encarado como um acontecimento global positivo, porque traduz uma melhoria das condições de vida e revela-se um desafio para a política e economia. Assim, torna-se imprescindível que este aumento da esperança média de vida seja acompanhado por ganhos na satisfação e no bem-estar das pessoas idosas.
Os estudos na área da Gerontologia têm apontado para a possibilidade de se prevenir muitas das limitações decorrentes do envelhecimento. O desafio que surge, então, para os indivíduos e para a sociedade, é promover uma boa qualidade de vida na velhice, de forma a que os anos vividos tenham significado e dignidade para todos.
Com efeito, a esperança média de vida à nascença duplicou em menos de um século (era de 38 anos em 1920 e de 78,5 anos em 2006) (ver gráfico 2). Este aumento da longevidade traduz a revolução que se verificou nas condições de vida das populações e na melhoria dos cuidados de saúde, reflectindo-se na autonomia dos mais velhos enquanto membros activos da sociedade em que vivem. Apesar de representar um sucesso e um desafio extraordinário para a humanidade, o envelhecimento da população é visto como uma ameaça à sustentabilidade da segurança social, uma vez que o índice de dependência de idosos evolui de forma preocupante no mundo ocidental. Concretamente, Portugal é um dos países europeus onde se tem verificado uma maior subida do rácio da dependência de idosos.
O envelhecimento demográfico acarreta algumas consequências, donde se destacam o agravamento de situações de segregação, desintegração e isolamento social.
Para além disso, há factos e números que dão conta de uma realidade alarmante. Com efeito, cerca de 85% dos idosos recebe menos de 410 euros por mês. Estudos revelam que cerca de 220 mil sobrevive com pensões entre os 180 e os 225 euros mensais – rendimentos estes abaixo do valor de 300 euros por mês, correspondente ao chamado “limiar de pobreza”, definido internacionalmente.
Neste sentido, torna-se necessária uma adaptação da sociedade à realidade presente, de forma a criar condições de dignidade para estas pessoas, prevenindo comportamentos discriminatórios e revalorizando as idades mais avançadas. A pessoa idosa tem necessidades, características e peculiaridades próprias, que devem ser olhadas e atendidas.
Em 1903, Metchnicoff definiu a Gerontologia (do grego, geron=velhos + logos=estudo) como a disciplina científica que estuda a velhice e o envelhecimento, nos seus diversos contextos históricos e socioculturais. A Gerontologia trata-se, portanto, de uma área multi e interdisciplinar que visa descrever e explicar as mudanças típicas do processo de envelhecimento e as suas determinantes genético-biológicas, psicológicas e sociais.
Derivadas da Gerontologia, surgiram diversas subdisciplinas, como a Geriatria (do grego, geron=velhos + yatreia=tratamento), a especialidade da medicina que se ocupa das patologias associadas ao envelhecimento, isto é, das doenças das pessoas idosas, abordando os aspectos clínico, preventivo e terapêutico do paciente idoso; a Biogerontologia ou Biologia do Envelhecimento, que se dedica ao estudo dos processos que envolvem as modificações biológicas nos seres vivos, que ocorrem após o período reprodutivo, influenciadas pela interacção de factores genético-ambientais; a Psicogerontologia ou Psicologia do Envelhecimento, que procura conhecer o perfil psicológico das pessoas idosas, concentrando-se nos seus aspectos cognitivos, afectivos e emocionais; e a Gerontologia Social, que estuda o impacto das condições socioculturais e ambientais no processo de envelhecimento e na velhice, as consequências sociais deste processo e as acções sociais que o podem optimizar.
Em Portugal, já existem gerontólogos licenciados em Gerontologia pela Universidade de Aveiro e pelo Instituto Politécnico de Bragança, e gerontólogos sociais, licenciados em Gerontologia Social pelo Instituto Politécnico de Coimbra, pelo Instituto Superior de Serviço Social do Porto e pela Escola Superior de Educação de João de Deus.
O desafio da Gerontologia, enquanto campo de estudos e de actuação profissional, concentra-se em garantir que a velhice e o processo de envelhecimento sejam processos orientados e bem-assistidos. O envelhecimento demográfico deve ser, então, encarado como um acontecimento global positivo, porque traduz uma melhoria das condições de vida e revela-se um desafio para a política e economia. Assim, torna-se imprescindível que este aumento da esperança média de vida seja acompanhado por ganhos na satisfação e no bem-estar das pessoas idosas.
Os estudos na área da Gerontologia têm apontado para a possibilidade de se prevenir muitas das limitações decorrentes do envelhecimento. O desafio que surge, então, para os indivíduos e para a sociedade, é promover uma boa qualidade de vida na velhice, de forma a que os anos vividos tenham significado e dignidade para todos.