Soluções para melhorar a situação actual
As estratégias de envelhecimento dependem de aspectos físicos, psicológicos, sociais e económicos.
Para se poder encontrar espaço para o desenvolvimento de tais estratégias, é indispensável ter presente que a velhice transporta em si valências positivas. É memória de um tempo passado, que a ciência e a técnica não conseguem substituir e muito menos superar. Mas a qualidade de vida durante a reforma é ainda indissociável de outros factores como a criatividade e a capacidade de adaptação e de invenção. São estes elementos que permitem a reinvenção da vida.
Um segmento importante da população sente a necessidade de continuar a realizar uma actividade na sociedade, tentando mostrar – a si e aos outros – que está vivo e que pode ser útil.
As atitudes de envolvimento tomam corpo numa diversidade de estratégias. Muitos idosos entregam-se a actividades que substituem o trabalho, tornando-as centros organizadores do tempo e preservando os ritmos temporais.
A capacidade de reinventar a vida na velhice é a capacidade de converter um destino em projecto. Isso pressupõe que cada um comece, com antecedência, a dar forma e sentido a esse futuro. Preparar a reforma significa prevê-la e assegurar o seu desenvolvimento.
Compete também às sociedades proporcionar as resposta às estratégias pessoais de reconversão do tempo libertado, após a transição para a reforma.
O problema consiste em saber como gerar actividades de substituição para os idosos, de forma a ajudá-los a reinventar a vida.
Faltam políticas que apostem numa velhice activa e que contrariem a actual tendência para a segregação e a relegação das pessoas idosas. Verifica-se que escasseiam medidas de política social tendentes à integração dos idosos e as que existem não se têm revelado apropriadas.
As políticas do Estado distribuem-se, normalmente, por algumas intervenções: a reforma da população activa, as pensões de segurança social e os serviços sociais de apoio. Estas são políticas de tendência assistencial, mas que não são imunes à criação de dependência. Revela-se essencial a criação de incentivos que permitam às famílias terem idosos em casa, uma vez que muitos idosos não têm possibilidades de permanecer num lar ou de beneficiar de apoio domiciliário.
Para definir políticas de terceira idade, é necessário inventariar os diferentes tipos e graus de dependência e as diversas camadas sociais de pertença, com os diversificados estilos de vida e os seus ambientes culturais. Para além do mais, a promoção de políticas de autonomização deve prevalecer sobre as de dependência, embora com apoio nestas.
Este é um desafio para o Estado, para as instituições e para a sociedade civil. Trata-se de um desafio para todos e para cada um; todos e cada um que tem no horizonte, mais próximo ou mais distante, a velhice.
De entre as formas de participação e reintegração social, encontra-se disponível aos idosos o campo do voluntariado social, os serviços colocados fora dos sistemas de concorrência, e tudo o que ajude a reinventar a vida, dando-lhes um sentido e permitindo a fuga ou, pelo menos, o adiamento da dependência.
Igualmente importante será implementar medidas de prevenção da doença e de promoção de saúde, fomentando a autonomia e a prevenção da dependência, a fim de conseguir um envelhecimento com êxito, competente e activo, com alguns ganhos psicológicos a nível da auto-estima e auto-imagem.
Alguns desafios futuros passam pela integração das questões do envelhecimento nas políticas sociais; pela participação da pessoa idosa nos seus próprios contextos sociais; pela promoção do crescimento económico sustentável e equitativo, bem como da qualidade de vida de todas as pessoas idosas, estimulando o mais possível a sua autonomia e independência; pela educação e formação ao longo da vida; pelo estímulo ao voluntariado; pela humanização da prestação de cuidados de saúde/doença; pelo desenvolvimento de redes de suporte no domicílio de uma forma integrada e continuada em caso de doenças incapacitantes e pela criação de relações intergeracionais.
Uma das soluções mais específicas que se poderá aplicar é a construção de aldeias-lar, cujo conceito se baseia na recuperação de aldeias do interior do país, para que os idosos possam viver em vivendas com as necessárias condições, e permitindo-lhes a manutenção de hábitos, como o cultivo de hortas. Esta medida foi já aplicada em Portimão e Beja, combatendo simultaneamente a desertificação no interior do país.
Outra via de valorização e reconhecimento da população idosa consiste na criação de dias e anos comemorativos associados à terceira idade, tal como já foi preconizado com a denominação do Dia Internacional do Idoso, do Dia Mundial dos Avós e do Ano Europeu do Envelhecimento Activo.
Numa altura em que se verifica um número crescente de pessoas idosas que morrem sozinhas em casa, destaca-se a seguinte medida realizada por uma senhora idosa, a D. Helena, a qual divulgou no programa 30 Minutos da RTP1 e que consiste em efectuar uma chamada diária para uma agência funerária, de forma a dar conhecimento de que se encontra viva e bem de saúde. No dia em que deixar de o fazer, a agência funerária poderá levantar suspeitas e averiguar acerca do seu bem-estar.
Em suma, é necessário estar atento às tendências que atravessam as sociedades actuais, aos processos de desestruturação e de reestruturação que as anima, para que se afirmem e se protejam os direitos do Homem e se encontrem formas de inclusão de todos, de modo a evitar situações de indigna exclusão. Por conseguinte, há que construir uma sociedade inclusiva e esta é uma tarefa de todos.
Para se poder encontrar espaço para o desenvolvimento de tais estratégias, é indispensável ter presente que a velhice transporta em si valências positivas. É memória de um tempo passado, que a ciência e a técnica não conseguem substituir e muito menos superar. Mas a qualidade de vida durante a reforma é ainda indissociável de outros factores como a criatividade e a capacidade de adaptação e de invenção. São estes elementos que permitem a reinvenção da vida.
Um segmento importante da população sente a necessidade de continuar a realizar uma actividade na sociedade, tentando mostrar – a si e aos outros – que está vivo e que pode ser útil.
As atitudes de envolvimento tomam corpo numa diversidade de estratégias. Muitos idosos entregam-se a actividades que substituem o trabalho, tornando-as centros organizadores do tempo e preservando os ritmos temporais.
A capacidade de reinventar a vida na velhice é a capacidade de converter um destino em projecto. Isso pressupõe que cada um comece, com antecedência, a dar forma e sentido a esse futuro. Preparar a reforma significa prevê-la e assegurar o seu desenvolvimento.
Compete também às sociedades proporcionar as resposta às estratégias pessoais de reconversão do tempo libertado, após a transição para a reforma.
O problema consiste em saber como gerar actividades de substituição para os idosos, de forma a ajudá-los a reinventar a vida.
Faltam políticas que apostem numa velhice activa e que contrariem a actual tendência para a segregação e a relegação das pessoas idosas. Verifica-se que escasseiam medidas de política social tendentes à integração dos idosos e as que existem não se têm revelado apropriadas.
As políticas do Estado distribuem-se, normalmente, por algumas intervenções: a reforma da população activa, as pensões de segurança social e os serviços sociais de apoio. Estas são políticas de tendência assistencial, mas que não são imunes à criação de dependência. Revela-se essencial a criação de incentivos que permitam às famílias terem idosos em casa, uma vez que muitos idosos não têm possibilidades de permanecer num lar ou de beneficiar de apoio domiciliário.
Para definir políticas de terceira idade, é necessário inventariar os diferentes tipos e graus de dependência e as diversas camadas sociais de pertença, com os diversificados estilos de vida e os seus ambientes culturais. Para além do mais, a promoção de políticas de autonomização deve prevalecer sobre as de dependência, embora com apoio nestas.
Este é um desafio para o Estado, para as instituições e para a sociedade civil. Trata-se de um desafio para todos e para cada um; todos e cada um que tem no horizonte, mais próximo ou mais distante, a velhice.
De entre as formas de participação e reintegração social, encontra-se disponível aos idosos o campo do voluntariado social, os serviços colocados fora dos sistemas de concorrência, e tudo o que ajude a reinventar a vida, dando-lhes um sentido e permitindo a fuga ou, pelo menos, o adiamento da dependência.
Igualmente importante será implementar medidas de prevenção da doença e de promoção de saúde, fomentando a autonomia e a prevenção da dependência, a fim de conseguir um envelhecimento com êxito, competente e activo, com alguns ganhos psicológicos a nível da auto-estima e auto-imagem.
Alguns desafios futuros passam pela integração das questões do envelhecimento nas políticas sociais; pela participação da pessoa idosa nos seus próprios contextos sociais; pela promoção do crescimento económico sustentável e equitativo, bem como da qualidade de vida de todas as pessoas idosas, estimulando o mais possível a sua autonomia e independência; pela educação e formação ao longo da vida; pelo estímulo ao voluntariado; pela humanização da prestação de cuidados de saúde/doença; pelo desenvolvimento de redes de suporte no domicílio de uma forma integrada e continuada em caso de doenças incapacitantes e pela criação de relações intergeracionais.
Uma das soluções mais específicas que se poderá aplicar é a construção de aldeias-lar, cujo conceito se baseia na recuperação de aldeias do interior do país, para que os idosos possam viver em vivendas com as necessárias condições, e permitindo-lhes a manutenção de hábitos, como o cultivo de hortas. Esta medida foi já aplicada em Portimão e Beja, combatendo simultaneamente a desertificação no interior do país.
Outra via de valorização e reconhecimento da população idosa consiste na criação de dias e anos comemorativos associados à terceira idade, tal como já foi preconizado com a denominação do Dia Internacional do Idoso, do Dia Mundial dos Avós e do Ano Europeu do Envelhecimento Activo.
Numa altura em que se verifica um número crescente de pessoas idosas que morrem sozinhas em casa, destaca-se a seguinte medida realizada por uma senhora idosa, a D. Helena, a qual divulgou no programa 30 Minutos da RTP1 e que consiste em efectuar uma chamada diária para uma agência funerária, de forma a dar conhecimento de que se encontra viva e bem de saúde. No dia em que deixar de o fazer, a agência funerária poderá levantar suspeitas e averiguar acerca do seu bem-estar.
Em suma, é necessário estar atento às tendências que atravessam as sociedades actuais, aos processos de desestruturação e de reestruturação que as anima, para que se afirmem e se protejam os direitos do Homem e se encontrem formas de inclusão de todos, de modo a evitar situações de indigna exclusão. Por conseguinte, há que construir uma sociedade inclusiva e esta é uma tarefa de todos.