Profissões e tradições asseguradas pela terceira idade
A evolução da sociedade, o desenvolvimento da tecnologia e as mudanças no mercado de trabalho são algumas das razões apontadas para o desaparecimento de certas profissões, muitas das quais dadas como extintas na Classificação Nacional de Profissões (doravante CNP).
A CNP tem vindo a ser revista desde a sua génese, na década de 60. Em 1980, existiam, legalmente, 3800 profissões, número que se viu reduzido para 1700 na revisão de 1994.
Este desaparecimento de profissões não é algo linear. Existem certas actividades, como o posticeiro (profissional que confecciona e penteia perucas e postiços de diferentes tipos em cabelo ou fibras sintéticas) cujo trabalho passou a ser efectuado em fábricas, o que, inevitavelmente, conduziu à sua extinção. Já a lavadeira manual (pessoa que lavava à mão e secava peças de vestuário e outros artigos de tecido) continua a existir nos dias de hoje, contudo, tem uma representação mínima, pelo que não é considerada profissão. Por outro lado, a profissão de dactilógrafo (que, entre outros ofícios, escrevia cartas) viu a sua designação alterada, passando a intitular-se assistente administrativo.
Para além das profissões, existem certas práticas e costumes que se estão a extinguir, sendo apenas mantidos por pessoas da terceira idade.
Ao conjunto de conhecimentos populares, hábitos, usos e costumes que distinguem uma comunidade, chamamos tradições. Estas resultam de uma longa vivência, herdam-se dos antepassados e transmitem-se, de geração em geração, aos vindouros. Cada período por que passam influencia e transforma as tradições, sem que se deixe de observar nitidamente as suas raízes.
As casas tradicionais, o artesanato e os bordados são formas de expressão espontânea do povo, constituindo parte da sua herança cultural. Também os trajes têm uma importância vital na identificação social, cultural e profissional dos povos, cabendo às gerações mais velhas a responsabilidade de perpetuar a sua utilização.
Da mesma forma, as práticas religiosas são maioritariamente asseguradas pelas pessoas idosas, que tentam passá-las aos mais novos através das festas e romarias associadas à religião.
A música tradicional portuguesa é parte essencial destes festejos, verificando-se a existência de uma grande multiplicidade de instrumentos e cantigas características do país, que variam de região para região. São utilizados como forma de promover os valores patrimoniais da comunidade, especialmente no campo das tradições orais.
Igualmente, os jogos tradicionais – como a corrida de sacas ou o jogo do pião – são actividades que surgiram no cruzamento do trabalho com a experiência rural, proporcionando prazer aos seus praticantes. Estes mantêm a simplicidade e a rudeza dos processos, algo que identifica o povo português.
De boca em boca, ao longo das gerações, vão passando lendas e contos e assegura-se a sobrevivência dos provérbios. São histórias e pensamentos que se mantêm sempre actuais, emitindo juízos ou dando conselhos que podem ser aplicados no mundo contemporâneo.
As gerações mais antigas recorrem a determinadas práticas para curar doenças e afastar os males. Este conjunto de conhecimentos e crenças que se opõe ao discurso erudito constitui a Medicina Popular. Baseada na observação do meio natural, no quotidiano, nas experiências populares e na percepção das leis naturais, acaba, não raras vezes, por ser eficaz.
A CNP tem vindo a ser revista desde a sua génese, na década de 60. Em 1980, existiam, legalmente, 3800 profissões, número que se viu reduzido para 1700 na revisão de 1994.
Este desaparecimento de profissões não é algo linear. Existem certas actividades, como o posticeiro (profissional que confecciona e penteia perucas e postiços de diferentes tipos em cabelo ou fibras sintéticas) cujo trabalho passou a ser efectuado em fábricas, o que, inevitavelmente, conduziu à sua extinção. Já a lavadeira manual (pessoa que lavava à mão e secava peças de vestuário e outros artigos de tecido) continua a existir nos dias de hoje, contudo, tem uma representação mínima, pelo que não é considerada profissão. Por outro lado, a profissão de dactilógrafo (que, entre outros ofícios, escrevia cartas) viu a sua designação alterada, passando a intitular-se assistente administrativo.
Para além das profissões, existem certas práticas e costumes que se estão a extinguir, sendo apenas mantidos por pessoas da terceira idade.
Ao conjunto de conhecimentos populares, hábitos, usos e costumes que distinguem uma comunidade, chamamos tradições. Estas resultam de uma longa vivência, herdam-se dos antepassados e transmitem-se, de geração em geração, aos vindouros. Cada período por que passam influencia e transforma as tradições, sem que se deixe de observar nitidamente as suas raízes.
As casas tradicionais, o artesanato e os bordados são formas de expressão espontânea do povo, constituindo parte da sua herança cultural. Também os trajes têm uma importância vital na identificação social, cultural e profissional dos povos, cabendo às gerações mais velhas a responsabilidade de perpetuar a sua utilização.
Da mesma forma, as práticas religiosas são maioritariamente asseguradas pelas pessoas idosas, que tentam passá-las aos mais novos através das festas e romarias associadas à religião.
A música tradicional portuguesa é parte essencial destes festejos, verificando-se a existência de uma grande multiplicidade de instrumentos e cantigas características do país, que variam de região para região. São utilizados como forma de promover os valores patrimoniais da comunidade, especialmente no campo das tradições orais.
Igualmente, os jogos tradicionais – como a corrida de sacas ou o jogo do pião – são actividades que surgiram no cruzamento do trabalho com a experiência rural, proporcionando prazer aos seus praticantes. Estes mantêm a simplicidade e a rudeza dos processos, algo que identifica o povo português.
De boca em boca, ao longo das gerações, vão passando lendas e contos e assegura-se a sobrevivência dos provérbios. São histórias e pensamentos que se mantêm sempre actuais, emitindo juízos ou dando conselhos que podem ser aplicados no mundo contemporâneo.
As gerações mais antigas recorrem a determinadas práticas para curar doenças e afastar os males. Este conjunto de conhecimentos e crenças que se opõe ao discurso erudito constitui a Medicina Popular. Baseada na observação do meio natural, no quotidiano, nas experiências populares e na percepção das leis naturais, acaba, não raras vezes, por ser eficaz.